O estado de São Paulo registrou nesta segunda-feira (13), pelo terceiro dia consecutivo, mais de 14 mil pacientes internados com suspeita ou confirmação de Covid-19. Esta é a primeira vez, desde o início da pandemia, que o número de internados se mantém acima de 14 mil pessoas por mais de 24 horas.
Segundo dados divulgados pela Secretaria Estadual da Saúde, o estado tem, nesta segunda feira, 5.666 pacientes internados em UTI e 8.393 em enfermaria com sintomas da Covid-19. O total de pacientes internados é de 14.059 pessoas, entre casos suspeitos e confirmados da doença registrados nos sistemas público ou privado de saúde.
O recorde de pacientes internados com coronavírus em SP foi registrado no dia 5 de julho, quando haviam 14.904 pessoas nesta condição. Neste sábado (11), o estado atingiu o segundo maior número, com 14.842 pessoas internadas, sendo este o primeiro sábado a ter um total de internados com Covid-19 superior a 14 mil.
- Veja no gráfico abaixo o total de pacientes internados por dia:
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Total de pacientes internados com Covid-19 em SP, entre casos suspeitos e confirmados, até 13 de julho — Foto: Arte G1
Apesar do elevado número de pacientes internados, o número de novas internações por dia está estável. São cerca de 1,8 mil a 2 mil novas internações por dia desde meados de junho, de acordo com a média móvel.
- Veja no gráfico abaixo as novas internações por dia:
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Novas internações por Covid-19 em SP, por dia, até 13 de julho — Foto: Arte G1
A secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, afirma que a estabilização das novas internações acompanha o platô nos números de novas mortes por Covid-19 que já ocorre na capital.
“Essa aproximação desse momento do platô fica clara aqui nos indicadores também porque nós vemos pelo ângulo da evolução da pandemia uma maior estabilização inclusive do numero de casos e internações, principalmente na região metropolitana [da capital], e já começamos a ver essa mudança também em regiões do interior”, disse Ellen nesta segunda (13).
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Homem internado em hospital de São Paulo em meio à pandemia do coronavírus — Foto: Reuters/Amanda Perobelli
Para especialistas, como o tempo de recuperação da doença é longo, variações no número de novas internações demoram a impactar o total de internados e também as taxas de ocupação de UTIs.
O pesquisador Marcio Bittencourt, do Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica do Hospital Universitário da USP, analisou separadamente dados dos leitos de UTIs municipais da capital e verificou que, como estes pacientes graves ficam mais tempo internados, praticamente não há queda ainda nas taxas de ocupação deste tipo de leito.
“Um paciente em UTI com coronavírus fica, em média 7, 14, até 21 dias internado. Uma vez que entra, demora a sair do aparelho, então o uso de UTIs, ele não cai junto com leitos. Tem um delay [atraso]. Pra começar a cair [o uso de leitos com equipamento de] ventilação demora mais. Eu não vejo a queda ainda, o que mostra que ainda estamos no começo da queda, não estamos no final da queda”, explica.
Segunda onda de Covid-19
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Funcionários do hospital Igesp, na Bela Vista, região central de São Paulo, atendem paciente internado com coronavírus (Covid-19) — Foto: Divulgação/Igesp
O secretário-executivo do comitê de saúde estadual, João Gabbardo, acredita que, caso haja uma segunda onda de Covid-19 em SP, a quantidade de pacientes internados com sintomas da doença será menor. Gabbardo defende que haveria, nesta situação, “um perfil bem diferente da epidemia em sua fase inicial.”
“Todos os países que apresentam uma segunda onda, um aumento no número de casos em função do retorno das pessoas às suas atividades normais, têm um perfil bem diferente da epidemia em sua fase inicial, porque nós estamos agora tratando de uma população mais jovem, de uma população que está voltando para trabalhar, uma população que está voltando a eventualmente ir nos bares ou alguma atividade social e cultural, mas que têm uma mortalidade e uma necessidade de internação muito menores”, disse Gabbardo.
“Isso que diferencia essa segunda onda. O número de casos até pode crescer, mas a pressão sobre o sistema de saúde é menor”, completou.
* Com supervisão de Cíntia Acayaba

–:–/–:–FONTE G 1
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